Camile Flammarion (1842/1925) – Suas obras encheram de luzes o século XIX, frequentemente dizia que o tempo era seu inimigo, pois, não o deixava fazer um décimo do que planejava. Aos quatro anos sabia ler, aos quatro e meio escrever e aos cinco dominava a gramática e aritmética, foi o primeiro aula escola freqüentava; para seguir a carreira eclesiástica, aprendeu o Latim.
Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória. Padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da astronomia ao seu auxiliar que era Flamarion e ele bebia as palavras.
Tornando-se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou o bom senso encarnado. Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion – poeta dos Céus, como o denominava Michelin, tornou- se líder das idéias do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.
LEÓN DENIS (1846/1927) - Foi um dos divulgadores da doutrina que mais teve dificuldades, tanto de saúde como financeiras, mais mesmo assim, deixou para nós um grande acervo de obras ao lado de Gabriel Del ame e Camile Flamarion proferia Palestra por toda Europa e congresso internacionais espíritas e espiritualistas, e se tornou adepto do espiritismo lendo o Livro dos Espíritos, defendeu ativamente a idéia da sobrevivência da alma.
Seu papel na divulgação foi muito importante, enfrentou criticas do positivismo materialista, ateismo e do catolicismo.
Teve problemas de visão, mais não impediu que prosseguisse no trabalho de defesa da existência e sobrevivencia da alma, aprendeu a linguagem Braile.
Foi presidente do Congresso Espírita Internacional e teve produção literaria e ficou conhecido nos meio como “Apostolo do Espiritismo”. Com esse rotulo não precisamos dizer mais nada...
Quase sem força e no leito Leon Diniz dizia a sua empregada Gorjeta “ É preciso terminar, resumir e...concluir” fazia alusão ao prefácio da biografia de Allan Kardec.
GABRIEL DELANNE( 1857/1926): Foi um espírita francês e importante defensor da cientificidade do Espiritismo durante a transição do século XIX para o século XX, particularmente após o falecimento de Allan Kardec.
Seu pai espírita amigo intimo de Allan Kardec, e a sua mãe, medium, colaborou na Codificação, graduou-se em engenharia e fundou a União Espírita Francesa e o jornal le spiritisme no memso ano ao lado de Leon Denis foi um importante divulgador das idéias espíritas nessa época. Fez conferência por toda a Europa, incluindo a abertura do "I Congresso Espírita e Espiritualista".
Compreendendo que o perispírito estava no centro dos fenómenos espíritas, procurou distindir mediunismo de animismo. Auxiliou Charles Robert Richet, criador da metapsíquica, em suas pesquisas com a médium Marthe Béraud.
Já em 1896 fundou a Revista Científica e Moral do Espiritismo, que por muitos anos levou a público artigos científicos e filosóficos sobre a temática espírita.
PIERRE-GAETAN LEYMARIE (1827/1901): Juntamente com Camille Flammarion e Vitoriem Saudou, um dos mais ardentes discípulos de Kardec e se tornou uma das mais relevantes figuras do Espiritismo.
Diretor da "Revê Xerete", de País, de 1870 a 1901, e gerente da "Liberarei Xerete" (*), de 1870 a 1897. Interrompeu seus estudos e procurou uma colocação em Paris, contando com seu próprio trabalho e seus esforços.
Ele tinha paixão por livros, e, quer eles tratassem de questões políticas, sociais, científicas, religiosas ou literárias, todos aqueles que lhe caíssem às mãos, ele os lia e se esforçava em assimilá-los.
Espiritista, foi um dos primeiros a se interessar por questões inquietantes; e Allan Kardec começou a publicar a “Revue Spirite”, e suas sessões de estudos e de experimentações, ele não tardou em contar com Leymarie no número de seus mais ardentes discípulos.
Antes de desencarnar, Allan Kardec, para assegurar o desenvolvimento regular e continuo do Espiritismo havia fundado uma sociedade anônima e de capital variável à qual destinou os seus bens; Leymarie tornou-se um dos primeiros membros, e dois anos após a morte do Mestre, foi nomeado administrador ao mesmo tempo em que passou a redator-chefe e diretor da "Revue Spirite". Jean Macé, expõe o projeto de fundar a liga de ensino, Leymarie se oferece, com entusiasmo, secundá-lo, e, com Mme. Marina Duclos Leymarie, sua devotada esposa, companheira e colaboradora, contribui, para essa criação, não somente com o seu concurso ativo e pessoal mas também com a sua casa da rua Vivienne, de sorte que se pode, justamente, dizer que a casa de Monsieur Leymarie foi o berço da "Liga de Ensino", da qual o espírita Emmanuel Vauchez seria, no futuro, o Secretário Geral.
Divulga as experiências de William Cruores e assiná-la os primeiros ensaios da fotografia espírita. Ele mesmo faz experiências com um médium-fotógrafo e obtém uma série de manifestações reais as quais públicas na “Revue”. Mas chega um momento em que foi iludido na sua boa-fé.
O fotógrafo Édouard Buguet, fazendo uso de meios fraudulentos na obtenção de fotografias de Espíritos, é processado pelo Ministério Público.
Os inimigos do Espiritismo, aproveitam para dar um golpe na doutrina e por ocasião do processo A 16 de Junho de 1875, Leymarie e Alfred E. Firman foram também envolvidos no processo, em virtude dos laços de amizade que mantinham com Édouard Buguet, e, assim, julgados coniventes na fraude.
Édouard Buguet traído pelo remorso escreve ao Ministro da justiça que Leymarie é inteiramente inocente. Que, embora muitas das fotografias fossem reais, devido ao desconhecimento que tinha da Doutrina Espírita, praticava a fraude quando não as conseguia com a sua mediunidade. Na carta ele assevera: "Lastimo, pois, haver dito, na minha fraqueza, o contrário da pura verdade, renunciando eu a minha mediunidade, peço perdão a Deus por este ato que deploro, pois que ele serviu para incriminar um homem estimável, cuja boa fé se tornou suspeita com minhas afirmações".
Apesar das cartas de solidariedade vindas das mais diferentes partes do mundo, inclusive do Brasil, Leymarie foi condenado a um ano de prisão celular.
Um pouco mais tarde, anulada a sentença condenatória, o incansável discípulo de Kardec retomava a administração e direção da "Société" e da "Revue Spirite"
AMALIA DOMINGO SOLER (1835/1909): Sua infância que não pode ser considerada feliz. Já antes de nascer, tem sua primeira grande perda, pois seu pai parte em uma longa viagem e nunca mais retorna. Aos oito dias de idade fica cega, sendo curada aos três meses por um farmacêutico. Problemas com a vista a seguiriam por toda a vida, sempre a ameaçando com a cegueira. Os anos seguintes de sua vida passam em relativa segurança, amparada pela mãe.
Seus espíritos se uniam de um modo tão admirável que só no olhar adivinhavam os pensamentos de ambas".
Amália escreveu suas primeiras poesias aos dez anos de idade e aos 18 publicou seus primeiros versos. Uma de suas poesias, recorda os melhores dias de sua juventude, de seus passeios com a mãe e os amigos nos jardins do Alcazar de Sevilha. Amália não chegou a casar-se e aos vinte cinco anos, com o falecimento de sua mãe, começou a fase mais difícil de sua existência.
Foi para Madri com e com grandes dificuldades até fome passou, pensando em se matar.
Em uma noite de grande amargura, em que tinha perdido até mesmo a noção de Deus e debatia-se na duvida do destino de sua mãe, e ela aparece e causa-lhe viva impressão. Impressionada pela visão de sua mãe, recorda-se da religião e busca reconforto nas igrejas. Sua vista agravasse e um médico homeopata salvou-a da cegueira e também a colocou a par do espiritismo, emprestando a ela um jornal espírita “el Critério” o médico era materialista e falava para ela do espiritismo para consolá-la.
Lendo os artigos converte-se, e começou a estudar o que lhe chega às mãos sobre o Espiritismo e para poder ter acesso as revistas espíritas, começa a escrever artigos para revista. O primeiro de seus trabalhos espíritas é uma poesia para o jornal "El Critério", que embora não tenha sido publicada, lhe valeu uma carta do editor - Visconde de Torres Solanot - com um livro espírita de sua autoria (Preliminares del Espiritismo).
Em pouco tempo seus artigos chamaram a atenção e aos poucos integra se ao movimento espírita espanhol, participando de reuniões. Foi em 31 de março de 1875 - aniversário da desencarnação de Allan Kardec - que no salão da Sociedad Espiritista Española, diante dos membros desta sociedade, Amália lê sua poesia "A La Memória de Allan Kardec" e registra em suas memórias e daí em diante passa a fazer parte das fileiras dos propagandistas da Doutrina Espírita. Grande escritora, com textos que falam tanto ao coração como a razão, e de espírito tão extraordinário como seu talento com as letras, conquistou totalmente as simpatias dos espíritas espanhóis. Fernandes Colavida a presenteia com a coleção das obras de Allan Kardec.
Os espíritas de Alicante a convidam a ficar junto a eles, sob sua proteção, dedicando-se exclusivamente a divulgação da Doutrina. Junto aos espíritas de Murcia permanece 4 meses recuperando-se de uma enfermidade. Amália, firmemente acreditando que seria errado viver do Espiritismo, continua a trabalhar de dia e escrever de noite. Permanece em Madrid até que se muda para Barcelona, em 10 de agosto de 1876, convidada pelo grupo espírita "Circulo La Buena Nueva" e com a esperança de encontrar melhores condições de trabalho na capital Catalã, já então cidade empreendedora e de grande atividade econômica. Três meses após chegar a Barcelona, novamente os problemas de visão voltaram a atormentar Amália e quase cega encontrou amparo na família de Luís Lach, presidente do Círculo. Este deu abrigo e condições de dedicar-se integralmente ao Espiritismo.
Nas reuniões do Círculo, Amália veio a conhecer Miguel Vives, médium extraordinário, através do qual recebeu mensagens de sua mãe.
Reuniu em livro “memórias do Padre germano” O Padre Germano, guia espiritual de Amália, e suas publicações foi feita em partes. Além de publicar artigos em periódicos espíritas, Amália também contestou ataques ao Espiritismo em jornais como a "Gaceta de Cataluña", ficando célebre sua polêmica com o orador católico Vicente de Manterola. Em 1878, Vicente iniciou uma série de conferências combatendo o Espiritismo, as quais Amália assistia e respondia em artigos na "Gaceta de Cataluña". O mesmo orador chegou a publicar, em 1879, um livro intitulado "El Satanismo, o sea la Catédra de Satanás, combatida desde la Cátedra del Espíritu Santo - Refutación de los errores de la Escuela Espiritista". Este foi contestado em uma série de 46 artigos de Amália, reunidos posteriormente no livro "El Espiritismo refutando los errores del Catolicismo".
Em 22 de maio de 1879 sai o primeiro número do periódico "La Luz del Porvenir", dirigido por Amália Domingo Soler. O periódico surgiu devido à insistência de Luís Lach e do editor Juan Torrents que convenceram Amália a aceitar a tarefa de criar um periódico direcionado a "mulher espiritista".
No primeiro número saiu o artigo "La idea de Dios" que foi denunciado às autoridades e provocou a suspensão do periódico por 42 semanas (voltou a ser publicado antes devido a um decreto do rei Alfonso XII). Durante a suspensão do periódico, foi publicado um substituto "El Eco de la Verdad", que chegou a ser denunciado por outro artigo ("Los Obreros" de Cândida Sanz) e absolvido. Importante notar que as denuncias, embora houvesse uma reação de setores religiosos que se sentiam ameaçados pelo Espiritismo, não eram tão difíceis de compreender, se considerarmos o ambiente geral da época de Alfonso XII. Este rei subiu ao trono com 17 anos, em meio a uma crise política que levou a abdicação de sua mãe, a rainha Isabel II.
A Espanha vivia um clima de extremismos, com o governo tendo que defender-se tanto contra os "Carlistas", que retomam a guerra civil, quanto contra os republicanos que querem o fim da monarquia.
Reformas liberais foram necessárias a modernização do país, e misturavam-se com manifestos militares, crises políticas e novas guerras na África. O Catolicismo é a religião oficial do estado e procura reagir com todas as suas forças as mudanças liberalizantes que podem comprometer-lhe essa posição.
O periódico "La Luz del Porvenir" foi publicado até 1899 e muitos dos artigos de Amália publicados durante este período, incluindo "La Idea de Dios" - foram, a partir de 1972, reunidos por Salvador Sanchís Serra nos livros "La Luz del Porvenir" e "La Luz del Camino", distribuídos gratuitamente por ele e pelo grupo espírita "La Luz del Camino" de Orihuela, Alicante.
As memórias de Amália foram escritas em 1891, sob orientação do Padre Germano. Até aquela data ela tinha escrito 1286 artigos, que foram publicados em periódicos na Espanha e no exterior: "El Critério" e "El Espiritismo", de Madri; "La Gaceta de Cataluña", "La Luz del Porvenir" e a "Revista de Estudos Psicológicos" de Barcelona;" La Revelación", de Alicante; "El Espiritismo", de Sevilha; "La Ilustración Espirita", do México;" La Ley del Amor", de Mérida de Yucatán; "La Revista Espiritista", de Montevidéu; "La Constancia", de Buenos Aires; os" Annali dello Spiritismo" na Italia;" El Buen Sentido", de Lérida e outros dos quais não há mais registro.
Em 29 de abril de 1909, de Barcelona, Amália retornou ao plano espiritual, o que não significa que se afastou de seu labor em prol do Espiritismo. Em 10 de julho de 1912, por intermédio da médium Maria - que colaborou com ela em vida, substituindo Eudaldo - completou suas memórias e, recentemente, nas viagens do médium Divaldo Pereira Franco à Espanha, tem transmitido mensagens de orientação e encorajamento aos espíritas espanhóis. O Espiritismo na Espanha continuaria a progredir até as vespéra da Guerra Civil de 1936-1939, quando o conflito latente desde a regência de Maria Cristina entre uma Espanha que queria ser moderna e uma que sonhava com o passado, transformou-se em uma sangrenta guerra civil.
As proporções do conflito, se hoje não causam espanto, é porque foram eclipsadas pela II Guerra Mundial, imediatamente posterior. Ao final desta guerra civil, a Espanha mergulhou nos 40 anos da ditadura do General Franco, que tudo fez para abafar qualquer idéia que não se enquadrasse na visão de mundo de seu regime.
O Espiritismo, perseguido e jogado na clandestinidade, porém voltou a surgir imediatamente ao fim do regime franquista, em uma Espanha nova, liderada por políticos mais maduros e por um rei esclarecido e humano, Juan Carlos I.
O balanço da obra de Amália é difícil de fazer, pois os seus frutos ainda continuam surgindo. Seus artigos são hoje, como foram ontem, exposições claras e diretas do Espiritismo. Fieis interpretes da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.
Colaboradores Indiretos
WILLIAM CROOKER (1832/1919): Era químico pesquisou os fenômenos por não acreditar neles, com os trabalhos desenvolvidos com a médium Florence Cook com 15 anos fez varias sessões e entre elas a materialização de Katie King, o curioso é que esse estudioso ditava suas regras, ele fazia a sessão na sua casa com as pessoas que ele queria se precavendo de qualquer fraude, assim se tornou espírita convicto.
Muito colaborou com Kardec, pois suas investigações cientifica fez dele espírita e legou enorme contribuição para todos que defendem a imortalidade da alma, sendo considerados um dos pesquisadores mais corajoso dos fenômenos supranormais, que lhe rendeu o livro Fatos Espíritas e não encontrou opositores, e mediante o fenômeno de materialização se convenceu que era a prova real da grandeza divina.
ALEXANDRE AKSAKOF (1832/1903): Nasceu na Rússia, no seio de nobre família, cujos membros ocuparam sempre lugar de destaque na literatura e nas ciências. Começou seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo - instituição da antiga nobreza da Rússia, e uma vez concluídos dedicou-se ao estudo da Filosofia e da Religião, tendo para isso que aprender o hebraico e o latim, visando um melhor entendimento da obra grandiosa de Swedenborg.
Aksakof abriu novos horizontes às suas aspirações e tendências intelectuais, reconhecendo um mundo espiritual de cuja realidade não mais duvidava. Formou-se em medicina, ampliou seus conhecimentos de fisiologia, psicologia, física, química e matemática e já acompanhava passo a passo o desenvolvimento do espiritismo na Europa e America.
A partir de 1855 ele inicia a tradução para o russo de todas as obras de Allan Kardec.
A obra de Aksakof não se restringiu apenas à escrita, criou adeptos entre pessoas de talento reconhecido, muitos deles cientistas, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões errôneas sobre o Espiritismo, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof, contestou a comissão com outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica".
A seguir, o valente russo voltou as suas baterias verbais contra o célebre "filósofo do inconsciente" Von Hartmann, publicando uma obra volumosa, a mais completa que se conhece sobre o assunto versado "Animismo e Espiritismo", que mais o fortaleceria como eminente cientista e pesquisador. Verdadeiro sábio, raras vezes se acham reunidas tanta inteligência, tanta erudição a um critério imparcial. Jamais se deixou arrastar pelos entusiasmos das suas convicções; nunca perdeu a serenidade em seus juízos, e, no meio da sua fé, tão ardente e sincera, não esqueceu o raciocínio frio que lhe fez compreender quais podem ser as causas dos fenômenos que observava, o que o colocou acima dessa infinidade de fanáticos que não estudando, não experimentando, e aceitam como bom tudo quanto se lhes querem fazer crer.
Polemista temível e escritor delicado, os trabalhos de Aksakof levam a convicção ao espírito; e tal sinceridade se vê em suas obras que, lendo-as, sente-se a necessidade de crer nelas. Alie-se a isto um caráter bondoso e uma vontade de ferro, que não se demove frente aos obstáculos, assim como a uma paixão imensa pelo ideal que o leva a percorrer a Europa para fazer experiências, e ter-se-á uma idéia superficial a respeito do investigador incansável, dotado de uma alma varonil e de um talento primoroso. Nunca permaneceu ocioso; seus artigos abundavam nos periódicos espíritas, e não há pessoa medianamente ilustrada que não conheça alguma das suas célebres experiências com os médiuns Home, Slade, d'Esperance, ou algum de seus estudos acerca de fantasmas e formas materializadas. Assim foi Aksakof, o maior de todos os soldados da grande Rússia, um soldado que combatia idéias, ideal com ideal, desonra com honra, preconceitos com dignidade.
CESARE LOMBROSO (1835/1909): Lombroso nasceu numa abastada família de Verona e formou-se em Medicina na Universidade de Pavia, no ano de 1858 e, no ano seguinte, em Cirurgia, na Universidade de Gênova, partindo depois para Viena, onde aperfeiçoa seus conhecimentos, alinhando-se com o pensamento positivista.
Desde os vinte anos demonstra a sua linha de interesses, com um estudo sobre a loucura. Servindo como oficial-médico, publicou em 1859 estudo sobre os ferimentos das armas de fogo, considerado um dos mais originais. Suas observações voltaram-se, logo, para as preocupações antropológicas.
Estas observações desenvolvem-se num curso, que inicia em Pavia, de psiquiatria. Passa a analisar as possíveis influências do meio sobre a mente, ideias que num primeiro momento alcançam sucesso e, depois, desconfiança. Dirige o manicômio de Pádua de 1871 a 76, ano em que é aprovado para a cadeira de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim.
Também em 1876 publicou sua primeira obra sobre criminologia, onde faz-se presente a influência da "frenologia": "O Homem Delinqüente".
Em meio a suas pesquisas sobre a mediunidade inicia primeiro tentativas para estudar o fenômeno sob o aspecto positivista de comprovação factual, tal como noutras partes fizeram outros cientistas da época, vários deles imbuídos dos ideais positivistas e ao final conclui pela comprovação científica da doutrina e fenômenos estudados. Torna-se então um defensor do Espiritismo na Itália de seu tempo, como o fizeram várias correntes do movimento positivista da época.
Suas obras abrangem diversas áreas como antropologia, sociologia criminal, psicologia, criminologia, filosofia e medicina. Os estudos por ele realizados ficaram conhecidos como antropologia criminal.
Lombroso ridicularizou as manifestações espíritas com a publicação do folhetos "Studi sull'ipnotismo" (Turim, 1882). Entretanto, a convite do conde Ercole Chiaia para que estudasse melhor o assunto, participou de sessões com a médium italiana Eusápia Palladino, convencendo-se da veracidade dos fenômenos. As pesquisas que realizou com essa médium encontram-se publicadas na obra "Hipnotismo e Mediunidade".
Durante muitos anos, negou os fenômenos psíquicos e espirituais como charlatanice e credulidade simplória. Porém, após assistir a algumas sessões mediúnicas realizadas por Eusápia Paladino, e verificando a veracidade e autenticidade da produção dos fenômenos e das manifestações espirituais, Lombroso começou suas pesquisas.
Em 15 de julho de 1891 foi publicada uma carta onde declarou sua rendição aos fatos espirituais: Estou muito envergonhado e desgostoso por haver combatido com tanta persistência a possibilidade dos fatos chamados espiríticos; digo fatos, porque continuo ainda contrário à teoria. Mas os fatos existem, e deles me orgulho de ser escravo.
ERNESTO BOZZANO (1862/1943): A contribuição de Ernesto Bozzano foi providencial para a propagação do Espiritismo além fronteira francesa. Bozzano era um cientista materialista-positivista. Em 1891 o professor Ribot, diretor da "Revista Filosófica", informou-o do lançamento da revista "Anais das Ciências Psíquicas", dirigida pelo Dr. Darieux, sob a inspiração do professor Charles Richet. A sua primeira impressão sobre a revista foi desairosa, dado o fato de considerar verdadeiro escândalo a circunstância de representantes de a ciência oficial discutirem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento de um a outro continente, da aparição de fantasmas e das casas mal-assombradas. O prof. Rosenbach de Peterburgo escrevera violento artigo na "Revista Filosófica", contra a introdução desse novo misticismo no domínio da psicologia oficial. Na edição subseqüente, Richet refutou ponto por ponto, as afirmações errôneas de Rosenbach e as suas inconsistentes considerações, tendo esse artigo o mérito de convencer Bozzano.
Nesses mesmos dias aparecia o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados. Os últimos resquícios de dúvida de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos foram assim dissipados. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros.
Formou um grupo com a participação do dr. Giuseppe Venzano, Luigi Vassalo e os professores Enrique Morselli e francisco Porro, da Universidade de Gênova. Esse grupo deu o que falar à imprensa italiana e estrangeira, pois praticamente havia se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis espíritos perfeitamente visíveis.
CHARLES RICHET (1850/1935): Conhecido como o fundador da Metapsíquica, Charles Richet (1850-1935) desempenhou um papel fundamental no processo de desvendar o desconhecido mundo dos fenômenos anímicos. Em 1905, então presidente da Sociedade de Investigações Psíquicas - Londres propôs o nome de Metapsíquica a este conjunto de conhecimentos.
Sua obra mais famosa, Tratado de Metapsíquica, é um verdadeiro arcabouço de fatos e descrições pormenorizadas de experiências psíquicas, descrições históricas e classificatórias que muito colaboraram para o seu desenvolvimento. A sua maior contribuição, sem sombra de dúvida, foi o estudo do ectoplasma, substância responsável pela viabilidade dos fenômenos ditos objetivos.
Foi ele quem, pela primeira vez, denominou a substância que emanava dos médiuns de efeitos físicos de ectoplasma, naquele momento referindo-se aos fluidos que emanavam de Eusápia Paladino (uma das maiores médiuns da história do Espiritismo): “são as formações difusas que eu chamo de ectoplasmas; porque elas parecem sair do próprio corpo de Eusápia”.
A Metapsíquica de Richet era composta pela composição dos seguintes fenômenos: a Criptestesia, a telecinesia e a ectoplasmia. Para ele, a Metapsíquica estava na flor d’água de uma nova psicologia. No seu Tratado, Richet classificou a história da fenomenologia metapsíquica em quatro períodos:
1°) Período Mítico, que vai das origens históricas até Mesmer, (1776);
2°) Período Magnético, que vai de Mesmer às irmãs Fox, ( 1847);
3°) Período Espirítico, que vai das irmãs Fox, passando por Allan Kardec, a William Crookes (1872);
4°) Período Científico, que vai de Crookes até agora.
Charles Richet classificou os fenômenos metapsíquicos em dois grupos gerais:
a) Fenômenos Subjetivos, que ocorrem exclusivamente na área psíquica, sem nenhuma ação dinâmica sobre os objetos materiais (anos antes, a estes fenômenos Kardec denominou Inteligentes).
b) Fenômenos Objetivos, cuja manifestação envolve ação física sobre os objetos materiais (na linguagem espírita, Fenômenos Físicos). Esta classificação é utilizada até os dias de hoje.
Charles Richet nunca se declarou espírita, mas sim, um estudioso dos fenômenos metapsíquicos. Não podemos, portanto, classificar Charles Richet como um continuador da obra de Allan Kardec, já que na verdade Richet reserva um espaço de duas páginas em um Tratado de mais 700 àquele que poderia ter sido um de seus mestres.
Allan Kardec, em A Gênese escreve:
“ Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” .
OLIVER LODGE (1851/1940): Físico britânico por conseguir transmitir pioneiros sinais de rádio a pequenas distâncias. Educado na Adams' Grammar se tornou Doctor of Science (1887).
Começou a se destacar no mundo científico quando com Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894), trabalhando separadamente, estabeleceram que as ondas de rádio pertencessem à mesma família das ondas de luz (1888). Ganhou fama mundial como inventor, tendo contribuído grandemente para o desenvolvimento da eletricidade. Morreu em Lake, Amesbury, próximo a Salisbury, Wiltshire, com um dos mais reputados físicos de sua época, desenvolveu importantes contribuições para as teorias da eletricidade de contato e eletrólise, da descarga oscilatória nas garrafas de Leyde e da força eletromotiva na célula voltaica, da produção de ondas eletromagnéticas no ar e introduziu melhoramentos do telégrafo sem fio. Fez importantes investigações sobre as ondas eletromagnéticas e a telegrafia sem fio.
Particularmente, foi um grande defensor da fé espírita, racional e até mesmo exigente, ensinada por Kardec (1804-1869), enfaticamente após a morte de seu filho Raymond, na região de Flandres, no início da I Grande Guerra, publicando livros como “Porque eu Creio na Imortalidade pessoal.”
ARTHUR CONAN DOYLE (1859/1930): Segundo escreveu o saudoso Prof. José Herculano Pires, prefaciando a obra de Arthur Conan Doyle, "História do Espiritismo", é um nome conhecido e lido no mundo inteiro.
Dotado Conan Doyle de fértil imaginação, comunicabilidade natural de seu estilo, com espontaneidade de suas criações tornaram-no um escritor apreciado e amado por todos os povos. Em nosso país a série Sherlock Holmes, a série Ficção Histórica e a série Contos e Novelas Fantásticas aqui estão para comprovar a afirmação feita em favor do extraordinário escritor.
Entretanto, é bom que se diga que ele não apenas se destacou naquelas linhas compostas com três séries, pois além de historiador, pregou o uso de métodos científicos na pesquisa policial, destacou-se também como um lúcido escritor espírita em todo o mundo, revelando notável compreensão do problema espírita in-totum (como ciência, filosofia e religião).
Ao ser lançada a primeira edição da obra "História do Espiritismo", a revista inglesa "Light" destacou o equilíbrio e a imparcialidade com que o assunto foi abordado. Uma extensa Nota assinada por D.N.G. destacou que os críticos haviam sido "agradavelmente surpreendidos", porque Conan Doyle, conhecido como ardoroso propagandista do Espiritismo, fora de uma imparcialidade a toda prova. E o articulista da revista "Light" continuava: "Uma obra de história, escrita com preconceitos favoráveis ou contrários, seria, pelo menos, antiartística, pecado jamais cometido pelo autor de - The White Company -, em nenhum de seus trabalhos".
O próprio Autor define aquele critério ao falar do desejo de contribuir para que o Espiritismo tivesse sua história e o objetivo da obra não era o de fazer propaganda de suas convicções, mas o de historiar o movimento espírita. Daí, colocar-se imparcial e serenamente como observador dos fatos que se desenrolam aos seus olhos, através do tempo e do espaço.
Reconhecendo a magnitude e amplitude do trabalho que se propôs realizar pediu auxílio a outras pessoas e encontrou em Mrs. Leslie Curnow uma dedicada e eficiente colaboradora e com essa ajuda prosseguiu investigações até concluir a obra.
Reconheceu não haver realizado um trabalho completo porque não dispunha de recursos necessários e tempo, mas, com satisfação verificou que fez o que era possível no momento, diante da enorme extensão e complexidade do assunto, além das condições de dificuldades do próprio movimento espírita da época.
No livro “ A Nova Revelação “descreve em detalhes como se deu sua conversão.
Fonte:
www.rcespiritismo.com.br/artigos;
www.pt.wikipedia.org;
www.espiritos.org.br;
www.espiritnet.com.br;
www.espiritismogi.com.br;
Flammarion conheceu o Novo Testamento e a Oratória. Padre Mirbel falou da beleza da ciência e da grandeza da astronomia ao seu auxiliar que era Flamarion e ele bebia as palavras.
Tornando-se espírita convicto, foi amigo pessoal e dedicado de Allan Kardec, tendo sido o orador designado para proferir as últimas palavras à beira do túmulo do Codificador do Espiritismo, a quem denominou o bom senso encarnado. Camille Flammarion, segundo Gabriel Delanne, foi um filósofo sábio, possuindo a arte da ciência e a ciência da arte. Flammarion – poeta dos Céus, como o denominava Michelin, tornou- se líder das idéias do Espiritismo, pois, sempre coerente com suas convicções inabaláveis, foi um verdadeiro idealista e inovador.
LEÓN DENIS (1846/1927) - Foi um dos divulgadores da doutrina que mais teve dificuldades, tanto de saúde como financeiras, mais mesmo assim, deixou para nós um grande acervo de obras ao lado de Gabriel Del ame e Camile Flamarion proferia Palestra por toda Europa e congresso internacionais espíritas e espiritualistas, e se tornou adepto do espiritismo lendo o Livro dos Espíritos, defendeu ativamente a idéia da sobrevivência da alma.
Seu papel na divulgação foi muito importante, enfrentou criticas do positivismo materialista, ateismo e do catolicismo.
Teve problemas de visão, mais não impediu que prosseguisse no trabalho de defesa da existência e sobrevivencia da alma, aprendeu a linguagem Braile.
Foi presidente do Congresso Espírita Internacional e teve produção literaria e ficou conhecido nos meio como “Apostolo do Espiritismo”. Com esse rotulo não precisamos dizer mais nada...
Quase sem força e no leito Leon Diniz dizia a sua empregada Gorjeta “ É preciso terminar, resumir e...concluir” fazia alusão ao prefácio da biografia de Allan Kardec.
GABRIEL DELANNE( 1857/1926): Foi um espírita francês e importante defensor da cientificidade do Espiritismo durante a transição do século XIX para o século XX, particularmente após o falecimento de Allan Kardec.
Seu pai espírita amigo intimo de Allan Kardec, e a sua mãe, medium, colaborou na Codificação, graduou-se em engenharia e fundou a União Espírita Francesa e o jornal le spiritisme no memso ano ao lado de Leon Denis foi um importante divulgador das idéias espíritas nessa época. Fez conferência por toda a Europa, incluindo a abertura do "I Congresso Espírita e Espiritualista".
Compreendendo que o perispírito estava no centro dos fenómenos espíritas, procurou distindir mediunismo de animismo. Auxiliou Charles Robert Richet, criador da metapsíquica, em suas pesquisas com a médium Marthe Béraud.
Já em 1896 fundou a Revista Científica e Moral do Espiritismo, que por muitos anos levou a público artigos científicos e filosóficos sobre a temática espírita.
PIERRE-GAETAN LEYMARIE (1827/1901): Juntamente com Camille Flammarion e Vitoriem Saudou, um dos mais ardentes discípulos de Kardec e se tornou uma das mais relevantes figuras do Espiritismo.
Diretor da "Revê Xerete", de País, de 1870 a 1901, e gerente da "Liberarei Xerete" (*), de 1870 a 1897. Interrompeu seus estudos e procurou uma colocação em Paris, contando com seu próprio trabalho e seus esforços.
Ele tinha paixão por livros, e, quer eles tratassem de questões políticas, sociais, científicas, religiosas ou literárias, todos aqueles que lhe caíssem às mãos, ele os lia e se esforçava em assimilá-los.
Espiritista, foi um dos primeiros a se interessar por questões inquietantes; e Allan Kardec começou a publicar a “Revue Spirite”, e suas sessões de estudos e de experimentações, ele não tardou em contar com Leymarie no número de seus mais ardentes discípulos.
Antes de desencarnar, Allan Kardec, para assegurar o desenvolvimento regular e continuo do Espiritismo havia fundado uma sociedade anônima e de capital variável à qual destinou os seus bens; Leymarie tornou-se um dos primeiros membros, e dois anos após a morte do Mestre, foi nomeado administrador ao mesmo tempo em que passou a redator-chefe e diretor da "Revue Spirite". Jean Macé, expõe o projeto de fundar a liga de ensino, Leymarie se oferece, com entusiasmo, secundá-lo, e, com Mme. Marina Duclos Leymarie, sua devotada esposa, companheira e colaboradora, contribui, para essa criação, não somente com o seu concurso ativo e pessoal mas também com a sua casa da rua Vivienne, de sorte que se pode, justamente, dizer que a casa de Monsieur Leymarie foi o berço da "Liga de Ensino", da qual o espírita Emmanuel Vauchez seria, no futuro, o Secretário Geral.
Divulga as experiências de William Cruores e assiná-la os primeiros ensaios da fotografia espírita. Ele mesmo faz experiências com um médium-fotógrafo e obtém uma série de manifestações reais as quais públicas na “Revue”. Mas chega um momento em que foi iludido na sua boa-fé.
O fotógrafo Édouard Buguet, fazendo uso de meios fraudulentos na obtenção de fotografias de Espíritos, é processado pelo Ministério Público.
Os inimigos do Espiritismo, aproveitam para dar um golpe na doutrina e por ocasião do processo A 16 de Junho de 1875, Leymarie e Alfred E. Firman foram também envolvidos no processo, em virtude dos laços de amizade que mantinham com Édouard Buguet, e, assim, julgados coniventes na fraude.
Édouard Buguet traído pelo remorso escreve ao Ministro da justiça que Leymarie é inteiramente inocente. Que, embora muitas das fotografias fossem reais, devido ao desconhecimento que tinha da Doutrina Espírita, praticava a fraude quando não as conseguia com a sua mediunidade. Na carta ele assevera: "Lastimo, pois, haver dito, na minha fraqueza, o contrário da pura verdade, renunciando eu a minha mediunidade, peço perdão a Deus por este ato que deploro, pois que ele serviu para incriminar um homem estimável, cuja boa fé se tornou suspeita com minhas afirmações".
Apesar das cartas de solidariedade vindas das mais diferentes partes do mundo, inclusive do Brasil, Leymarie foi condenado a um ano de prisão celular.
Um pouco mais tarde, anulada a sentença condenatória, o incansável discípulo de Kardec retomava a administração e direção da "Société" e da "Revue Spirite"
AMALIA DOMINGO SOLER (1835/1909): Sua infância que não pode ser considerada feliz. Já antes de nascer, tem sua primeira grande perda, pois seu pai parte em uma longa viagem e nunca mais retorna. Aos oito dias de idade fica cega, sendo curada aos três meses por um farmacêutico. Problemas com a vista a seguiriam por toda a vida, sempre a ameaçando com a cegueira. Os anos seguintes de sua vida passam em relativa segurança, amparada pela mãe.
Seus espíritos se uniam de um modo tão admirável que só no olhar adivinhavam os pensamentos de ambas".
Amália escreveu suas primeiras poesias aos dez anos de idade e aos 18 publicou seus primeiros versos. Uma de suas poesias, recorda os melhores dias de sua juventude, de seus passeios com a mãe e os amigos nos jardins do Alcazar de Sevilha. Amália não chegou a casar-se e aos vinte cinco anos, com o falecimento de sua mãe, começou a fase mais difícil de sua existência.
Foi para Madri com e com grandes dificuldades até fome passou, pensando em se matar.
Em uma noite de grande amargura, em que tinha perdido até mesmo a noção de Deus e debatia-se na duvida do destino de sua mãe, e ela aparece e causa-lhe viva impressão. Impressionada pela visão de sua mãe, recorda-se da religião e busca reconforto nas igrejas. Sua vista agravasse e um médico homeopata salvou-a da cegueira e também a colocou a par do espiritismo, emprestando a ela um jornal espírita “el Critério” o médico era materialista e falava para ela do espiritismo para consolá-la.
Lendo os artigos converte-se, e começou a estudar o que lhe chega às mãos sobre o Espiritismo e para poder ter acesso as revistas espíritas, começa a escrever artigos para revista. O primeiro de seus trabalhos espíritas é uma poesia para o jornal "El Critério", que embora não tenha sido publicada, lhe valeu uma carta do editor - Visconde de Torres Solanot - com um livro espírita de sua autoria (Preliminares del Espiritismo).
Em pouco tempo seus artigos chamaram a atenção e aos poucos integra se ao movimento espírita espanhol, participando de reuniões. Foi em 31 de março de 1875 - aniversário da desencarnação de Allan Kardec - que no salão da Sociedad Espiritista Española, diante dos membros desta sociedade, Amália lê sua poesia "A La Memória de Allan Kardec" e registra em suas memórias e daí em diante passa a fazer parte das fileiras dos propagandistas da Doutrina Espírita. Grande escritora, com textos que falam tanto ao coração como a razão, e de espírito tão extraordinário como seu talento com as letras, conquistou totalmente as simpatias dos espíritas espanhóis. Fernandes Colavida a presenteia com a coleção das obras de Allan Kardec.
Os espíritas de Alicante a convidam a ficar junto a eles, sob sua proteção, dedicando-se exclusivamente a divulgação da Doutrina. Junto aos espíritas de Murcia permanece 4 meses recuperando-se de uma enfermidade. Amália, firmemente acreditando que seria errado viver do Espiritismo, continua a trabalhar de dia e escrever de noite. Permanece em Madrid até que se muda para Barcelona, em 10 de agosto de 1876, convidada pelo grupo espírita "Circulo La Buena Nueva" e com a esperança de encontrar melhores condições de trabalho na capital Catalã, já então cidade empreendedora e de grande atividade econômica. Três meses após chegar a Barcelona, novamente os problemas de visão voltaram a atormentar Amália e quase cega encontrou amparo na família de Luís Lach, presidente do Círculo. Este deu abrigo e condições de dedicar-se integralmente ao Espiritismo.
Nas reuniões do Círculo, Amália veio a conhecer Miguel Vives, médium extraordinário, através do qual recebeu mensagens de sua mãe.
Reuniu em livro “memórias do Padre germano” O Padre Germano, guia espiritual de Amália, e suas publicações foi feita em partes. Além de publicar artigos em periódicos espíritas, Amália também contestou ataques ao Espiritismo em jornais como a "Gaceta de Cataluña", ficando célebre sua polêmica com o orador católico Vicente de Manterola. Em 1878, Vicente iniciou uma série de conferências combatendo o Espiritismo, as quais Amália assistia e respondia em artigos na "Gaceta de Cataluña". O mesmo orador chegou a publicar, em 1879, um livro intitulado "El Satanismo, o sea la Catédra de Satanás, combatida desde la Cátedra del Espíritu Santo - Refutación de los errores de la Escuela Espiritista". Este foi contestado em uma série de 46 artigos de Amália, reunidos posteriormente no livro "El Espiritismo refutando los errores del Catolicismo".
Em 22 de maio de 1879 sai o primeiro número do periódico "La Luz del Porvenir", dirigido por Amália Domingo Soler. O periódico surgiu devido à insistência de Luís Lach e do editor Juan Torrents que convenceram Amália a aceitar a tarefa de criar um periódico direcionado a "mulher espiritista".
No primeiro número saiu o artigo "La idea de Dios" que foi denunciado às autoridades e provocou a suspensão do periódico por 42 semanas (voltou a ser publicado antes devido a um decreto do rei Alfonso XII). Durante a suspensão do periódico, foi publicado um substituto "El Eco de la Verdad", que chegou a ser denunciado por outro artigo ("Los Obreros" de Cândida Sanz) e absolvido. Importante notar que as denuncias, embora houvesse uma reação de setores religiosos que se sentiam ameaçados pelo Espiritismo, não eram tão difíceis de compreender, se considerarmos o ambiente geral da época de Alfonso XII. Este rei subiu ao trono com 17 anos, em meio a uma crise política que levou a abdicação de sua mãe, a rainha Isabel II.
A Espanha vivia um clima de extremismos, com o governo tendo que defender-se tanto contra os "Carlistas", que retomam a guerra civil, quanto contra os republicanos que querem o fim da monarquia.
Reformas liberais foram necessárias a modernização do país, e misturavam-se com manifestos militares, crises políticas e novas guerras na África. O Catolicismo é a religião oficial do estado e procura reagir com todas as suas forças as mudanças liberalizantes que podem comprometer-lhe essa posição.
O periódico "La Luz del Porvenir" foi publicado até 1899 e muitos dos artigos de Amália publicados durante este período, incluindo "La Idea de Dios" - foram, a partir de 1972, reunidos por Salvador Sanchís Serra nos livros "La Luz del Porvenir" e "La Luz del Camino", distribuídos gratuitamente por ele e pelo grupo espírita "La Luz del Camino" de Orihuela, Alicante.
As memórias de Amália foram escritas em 1891, sob orientação do Padre Germano. Até aquela data ela tinha escrito 1286 artigos, que foram publicados em periódicos na Espanha e no exterior: "El Critério" e "El Espiritismo", de Madri; "La Gaceta de Cataluña", "La Luz del Porvenir" e a "Revista de Estudos Psicológicos" de Barcelona;" La Revelación", de Alicante; "El Espiritismo", de Sevilha; "La Ilustración Espirita", do México;" La Ley del Amor", de Mérida de Yucatán; "La Revista Espiritista", de Montevidéu; "La Constancia", de Buenos Aires; os" Annali dello Spiritismo" na Italia;" El Buen Sentido", de Lérida e outros dos quais não há mais registro.
Em 29 de abril de 1909, de Barcelona, Amália retornou ao plano espiritual, o que não significa que se afastou de seu labor em prol do Espiritismo. Em 10 de julho de 1912, por intermédio da médium Maria - que colaborou com ela em vida, substituindo Eudaldo - completou suas memórias e, recentemente, nas viagens do médium Divaldo Pereira Franco à Espanha, tem transmitido mensagens de orientação e encorajamento aos espíritas espanhóis. O Espiritismo na Espanha continuaria a progredir até as vespéra da Guerra Civil de 1936-1939, quando o conflito latente desde a regência de Maria Cristina entre uma Espanha que queria ser moderna e uma que sonhava com o passado, transformou-se em uma sangrenta guerra civil.
As proporções do conflito, se hoje não causam espanto, é porque foram eclipsadas pela II Guerra Mundial, imediatamente posterior. Ao final desta guerra civil, a Espanha mergulhou nos 40 anos da ditadura do General Franco, que tudo fez para abafar qualquer idéia que não se enquadrasse na visão de mundo de seu regime.
O Espiritismo, perseguido e jogado na clandestinidade, porém voltou a surgir imediatamente ao fim do regime franquista, em uma Espanha nova, liderada por políticos mais maduros e por um rei esclarecido e humano, Juan Carlos I.
O balanço da obra de Amália é difícil de fazer, pois os seus frutos ainda continuam surgindo. Seus artigos são hoje, como foram ontem, exposições claras e diretas do Espiritismo. Fieis interpretes da Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec.
Colaboradores Indiretos
WILLIAM CROOKER (1832/1919): Era químico pesquisou os fenômenos por não acreditar neles, com os trabalhos desenvolvidos com a médium Florence Cook com 15 anos fez varias sessões e entre elas a materialização de Katie King, o curioso é que esse estudioso ditava suas regras, ele fazia a sessão na sua casa com as pessoas que ele queria se precavendo de qualquer fraude, assim se tornou espírita convicto.
Muito colaborou com Kardec, pois suas investigações cientifica fez dele espírita e legou enorme contribuição para todos que defendem a imortalidade da alma, sendo considerados um dos pesquisadores mais corajoso dos fenômenos supranormais, que lhe rendeu o livro Fatos Espíritas e não encontrou opositores, e mediante o fenômeno de materialização se convenceu que era a prova real da grandeza divina.
ALEXANDRE AKSAKOF (1832/1903): Nasceu na Rússia, no seio de nobre família, cujos membros ocuparam sempre lugar de destaque na literatura e nas ciências. Começou seus estudos no Liceu Imperial de São Petersburgo - instituição da antiga nobreza da Rússia, e uma vez concluídos dedicou-se ao estudo da Filosofia e da Religião, tendo para isso que aprender o hebraico e o latim, visando um melhor entendimento da obra grandiosa de Swedenborg.
Aksakof abriu novos horizontes às suas aspirações e tendências intelectuais, reconhecendo um mundo espiritual de cuja realidade não mais duvidava. Formou-se em medicina, ampliou seus conhecimentos de fisiologia, psicologia, física, química e matemática e já acompanhava passo a passo o desenvolvimento do espiritismo na Europa e America.
A partir de 1855 ele inicia a tradução para o russo de todas as obras de Allan Kardec.
A obra de Aksakof não se restringiu apenas à escrita, criou adeptos entre pessoas de talento reconhecido, muitos deles cientistas, que, através de experiências feitas com médiuns famosos como Dunglas Home, levou a Rússia a formar a primeira comissão de caráter puramente científico para o estudo dos fenômenos espíritas. Para essa comissão, Aksakof mandou vir da França e da Inglaterra os médiuns que participariam das experiências. Como resultado, por haver fugido das condições pré-estabelecidas, tal comissão chegou a conclusões errôneas sobre o Espiritismo, saindo como relatório conclusivo o livro "Dados para estabelecer um juízo sobre o Espiritismo", onde afirmava a falsidade dos fenômenos observados. Aksakof, contestou a comissão com outro livro intitulado: "Um momento de preocupação científica".
A seguir, o valente russo voltou as suas baterias verbais contra o célebre "filósofo do inconsciente" Von Hartmann, publicando uma obra volumosa, a mais completa que se conhece sobre o assunto versado "Animismo e Espiritismo", que mais o fortaleceria como eminente cientista e pesquisador. Verdadeiro sábio, raras vezes se acham reunidas tanta inteligência, tanta erudição a um critério imparcial. Jamais se deixou arrastar pelos entusiasmos das suas convicções; nunca perdeu a serenidade em seus juízos, e, no meio da sua fé, tão ardente e sincera, não esqueceu o raciocínio frio que lhe fez compreender quais podem ser as causas dos fenômenos que observava, o que o colocou acima dessa infinidade de fanáticos que não estudando, não experimentando, e aceitam como bom tudo quanto se lhes querem fazer crer.
Polemista temível e escritor delicado, os trabalhos de Aksakof levam a convicção ao espírito; e tal sinceridade se vê em suas obras que, lendo-as, sente-se a necessidade de crer nelas. Alie-se a isto um caráter bondoso e uma vontade de ferro, que não se demove frente aos obstáculos, assim como a uma paixão imensa pelo ideal que o leva a percorrer a Europa para fazer experiências, e ter-se-á uma idéia superficial a respeito do investigador incansável, dotado de uma alma varonil e de um talento primoroso. Nunca permaneceu ocioso; seus artigos abundavam nos periódicos espíritas, e não há pessoa medianamente ilustrada que não conheça alguma das suas célebres experiências com os médiuns Home, Slade, d'Esperance, ou algum de seus estudos acerca de fantasmas e formas materializadas. Assim foi Aksakof, o maior de todos os soldados da grande Rússia, um soldado que combatia idéias, ideal com ideal, desonra com honra, preconceitos com dignidade.
CESARE LOMBROSO (1835/1909): Lombroso nasceu numa abastada família de Verona e formou-se em Medicina na Universidade de Pavia, no ano de 1858 e, no ano seguinte, em Cirurgia, na Universidade de Gênova, partindo depois para Viena, onde aperfeiçoa seus conhecimentos, alinhando-se com o pensamento positivista.
Desde os vinte anos demonstra a sua linha de interesses, com um estudo sobre a loucura. Servindo como oficial-médico, publicou em 1859 estudo sobre os ferimentos das armas de fogo, considerado um dos mais originais. Suas observações voltaram-se, logo, para as preocupações antropológicas.
Estas observações desenvolvem-se num curso, que inicia em Pavia, de psiquiatria. Passa a analisar as possíveis influências do meio sobre a mente, ideias que num primeiro momento alcançam sucesso e, depois, desconfiança. Dirige o manicômio de Pádua de 1871 a 76, ano em que é aprovado para a cadeira de Higiene e Medicina Legal da Universidade de Turim.
Também em 1876 publicou sua primeira obra sobre criminologia, onde faz-se presente a influência da "frenologia": "O Homem Delinqüente".
Em meio a suas pesquisas sobre a mediunidade inicia primeiro tentativas para estudar o fenômeno sob o aspecto positivista de comprovação factual, tal como noutras partes fizeram outros cientistas da época, vários deles imbuídos dos ideais positivistas e ao final conclui pela comprovação científica da doutrina e fenômenos estudados. Torna-se então um defensor do Espiritismo na Itália de seu tempo, como o fizeram várias correntes do movimento positivista da época.
Suas obras abrangem diversas áreas como antropologia, sociologia criminal, psicologia, criminologia, filosofia e medicina. Os estudos por ele realizados ficaram conhecidos como antropologia criminal.
Lombroso ridicularizou as manifestações espíritas com a publicação do folhetos "Studi sull'ipnotismo" (Turim, 1882). Entretanto, a convite do conde Ercole Chiaia para que estudasse melhor o assunto, participou de sessões com a médium italiana Eusápia Palladino, convencendo-se da veracidade dos fenômenos. As pesquisas que realizou com essa médium encontram-se publicadas na obra "Hipnotismo e Mediunidade".
Durante muitos anos, negou os fenômenos psíquicos e espirituais como charlatanice e credulidade simplória. Porém, após assistir a algumas sessões mediúnicas realizadas por Eusápia Paladino, e verificando a veracidade e autenticidade da produção dos fenômenos e das manifestações espirituais, Lombroso começou suas pesquisas.
Em 15 de julho de 1891 foi publicada uma carta onde declarou sua rendição aos fatos espirituais: Estou muito envergonhado e desgostoso por haver combatido com tanta persistência a possibilidade dos fatos chamados espiríticos; digo fatos, porque continuo ainda contrário à teoria. Mas os fatos existem, e deles me orgulho de ser escravo.
ERNESTO BOZZANO (1862/1943): A contribuição de Ernesto Bozzano foi providencial para a propagação do Espiritismo além fronteira francesa. Bozzano era um cientista materialista-positivista. Em 1891 o professor Ribot, diretor da "Revista Filosófica", informou-o do lançamento da revista "Anais das Ciências Psíquicas", dirigida pelo Dr. Darieux, sob a inspiração do professor Charles Richet. A sua primeira impressão sobre a revista foi desairosa, dado o fato de considerar verdadeiro escândalo a circunstância de representantes de a ciência oficial discutirem seriamente a possibilidade da transmissão do pensamento de um a outro continente, da aparição de fantasmas e das casas mal-assombradas. O prof. Rosenbach de Peterburgo escrevera violento artigo na "Revista Filosófica", contra a introdução desse novo misticismo no domínio da psicologia oficial. Na edição subseqüente, Richet refutou ponto por ponto, as afirmações errôneas de Rosenbach e as suas inconsistentes considerações, tendo esse artigo o mérito de convencer Bozzano.
Nesses mesmos dias aparecia o famoso livro de Gurney, Podmore e Myers: "Fantasmas dos Vivos", relatando grande número de casos devidamente controlados e bem documentados. Os últimos resquícios de dúvida de Bozzano em torno da crença na existência de fenômenos telepáticos foram assim dissipados. Daí por diante dedicou-se, com fervor, ao estudo dos fenômenos espíritas, através das obras de Kardec, Léon Denis, Delanne, Gibier, Crookes, Wallace e outros.
Formou um grupo com a participação do dr. Giuseppe Venzano, Luigi Vassalo e os professores Enrique Morselli e francisco Porro, da Universidade de Gênova. Esse grupo deu o que falar à imprensa italiana e estrangeira, pois praticamente havia se obtido a realização de quase todos os fenômenos, culminando com a materialização de seis espíritos perfeitamente visíveis.
CHARLES RICHET (1850/1935): Conhecido como o fundador da Metapsíquica, Charles Richet (1850-1935) desempenhou um papel fundamental no processo de desvendar o desconhecido mundo dos fenômenos anímicos. Em 1905, então presidente da Sociedade de Investigações Psíquicas - Londres propôs o nome de Metapsíquica a este conjunto de conhecimentos.
Sua obra mais famosa, Tratado de Metapsíquica, é um verdadeiro arcabouço de fatos e descrições pormenorizadas de experiências psíquicas, descrições históricas e classificatórias que muito colaboraram para o seu desenvolvimento. A sua maior contribuição, sem sombra de dúvida, foi o estudo do ectoplasma, substância responsável pela viabilidade dos fenômenos ditos objetivos.
Foi ele quem, pela primeira vez, denominou a substância que emanava dos médiuns de efeitos físicos de ectoplasma, naquele momento referindo-se aos fluidos que emanavam de Eusápia Paladino (uma das maiores médiuns da história do Espiritismo): “são as formações difusas que eu chamo de ectoplasmas; porque elas parecem sair do próprio corpo de Eusápia”.
A Metapsíquica de Richet era composta pela composição dos seguintes fenômenos: a Criptestesia, a telecinesia e a ectoplasmia. Para ele, a Metapsíquica estava na flor d’água de uma nova psicologia. No seu Tratado, Richet classificou a história da fenomenologia metapsíquica em quatro períodos:
1°) Período Mítico, que vai das origens históricas até Mesmer, (1776);
2°) Período Magnético, que vai de Mesmer às irmãs Fox, ( 1847);
3°) Período Espirítico, que vai das irmãs Fox, passando por Allan Kardec, a William Crookes (1872);
4°) Período Científico, que vai de Crookes até agora.
Charles Richet classificou os fenômenos metapsíquicos em dois grupos gerais:
a) Fenômenos Subjetivos, que ocorrem exclusivamente na área psíquica, sem nenhuma ação dinâmica sobre os objetos materiais (anos antes, a estes fenômenos Kardec denominou Inteligentes).
b) Fenômenos Objetivos, cuja manifestação envolve ação física sobre os objetos materiais (na linguagem espírita, Fenômenos Físicos). Esta classificação é utilizada até os dias de hoje.
Charles Richet nunca se declarou espírita, mas sim, um estudioso dos fenômenos metapsíquicos. Não podemos, portanto, classificar Charles Richet como um continuador da obra de Allan Kardec, já que na verdade Richet reserva um espaço de duas páginas em um Tratado de mais 700 àquele que poderia ter sido um de seus mestres.
Allan Kardec, em A Gênese escreve:
“ Caminhando de par com o progresso, o Espiritismo jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas lhe demonstrassem estar em erro acerca de um ponto qualquer, ele se modificaria nesse ponto. Se uma verdade nova se revelar, ele a aceitará” .
OLIVER LODGE (1851/1940): Físico britânico por conseguir transmitir pioneiros sinais de rádio a pequenas distâncias. Educado na Adams' Grammar se tornou Doctor of Science (1887).
Começou a se destacar no mundo científico quando com Heinrich Rudolf Hertz (1857-1894), trabalhando separadamente, estabeleceram que as ondas de rádio pertencessem à mesma família das ondas de luz (1888). Ganhou fama mundial como inventor, tendo contribuído grandemente para o desenvolvimento da eletricidade. Morreu em Lake, Amesbury, próximo a Salisbury, Wiltshire, com um dos mais reputados físicos de sua época, desenvolveu importantes contribuições para as teorias da eletricidade de contato e eletrólise, da descarga oscilatória nas garrafas de Leyde e da força eletromotiva na célula voltaica, da produção de ondas eletromagnéticas no ar e introduziu melhoramentos do telégrafo sem fio. Fez importantes investigações sobre as ondas eletromagnéticas e a telegrafia sem fio.
Particularmente, foi um grande defensor da fé espírita, racional e até mesmo exigente, ensinada por Kardec (1804-1869), enfaticamente após a morte de seu filho Raymond, na região de Flandres, no início da I Grande Guerra, publicando livros como “Porque eu Creio na Imortalidade pessoal.”
ARTHUR CONAN DOYLE (1859/1930): Segundo escreveu o saudoso Prof. José Herculano Pires, prefaciando a obra de Arthur Conan Doyle, "História do Espiritismo", é um nome conhecido e lido no mundo inteiro.
Dotado Conan Doyle de fértil imaginação, comunicabilidade natural de seu estilo, com espontaneidade de suas criações tornaram-no um escritor apreciado e amado por todos os povos. Em nosso país a série Sherlock Holmes, a série Ficção Histórica e a série Contos e Novelas Fantásticas aqui estão para comprovar a afirmação feita em favor do extraordinário escritor.
Entretanto, é bom que se diga que ele não apenas se destacou naquelas linhas compostas com três séries, pois além de historiador, pregou o uso de métodos científicos na pesquisa policial, destacou-se também como um lúcido escritor espírita em todo o mundo, revelando notável compreensão do problema espírita in-totum (como ciência, filosofia e religião).
Ao ser lançada a primeira edição da obra "História do Espiritismo", a revista inglesa "Light" destacou o equilíbrio e a imparcialidade com que o assunto foi abordado. Uma extensa Nota assinada por D.N.G. destacou que os críticos haviam sido "agradavelmente surpreendidos", porque Conan Doyle, conhecido como ardoroso propagandista do Espiritismo, fora de uma imparcialidade a toda prova. E o articulista da revista "Light" continuava: "Uma obra de história, escrita com preconceitos favoráveis ou contrários, seria, pelo menos, antiartística, pecado jamais cometido pelo autor de - The White Company -, em nenhum de seus trabalhos".
O próprio Autor define aquele critério ao falar do desejo de contribuir para que o Espiritismo tivesse sua história e o objetivo da obra não era o de fazer propaganda de suas convicções, mas o de historiar o movimento espírita. Daí, colocar-se imparcial e serenamente como observador dos fatos que se desenrolam aos seus olhos, através do tempo e do espaço.
Reconhecendo a magnitude e amplitude do trabalho que se propôs realizar pediu auxílio a outras pessoas e encontrou em Mrs. Leslie Curnow uma dedicada e eficiente colaboradora e com essa ajuda prosseguiu investigações até concluir a obra.
Reconheceu não haver realizado um trabalho completo porque não dispunha de recursos necessários e tempo, mas, com satisfação verificou que fez o que era possível no momento, diante da enorme extensão e complexidade do assunto, além das condições de dificuldades do próprio movimento espírita da época.
No livro “ A Nova Revelação “descreve em detalhes como se deu sua conversão.
Fonte:
www.rcespiritismo.com.br/artigos;
www.pt.wikipedia.org;
www.espiritos.org.br;
www.espiritnet.com.br;
www.espiritismogi.com.br;
Lucimara, desculpe comentar assim. Ótimas informações mas você deve revisar seu texto eliminando erros de grafia e de gramática.
ResponderExcluir